Entram em vigor as novas regras para o financiamento do imóvel usado e imobiliárias esperam impulsionar vendas

Nessa quinta-feira, 24 de março, entram em vigor os novos limites do financiamento do imóvel da Caixa, segundo informações da própria instituição financeira, que passam de 50% para 70% do valor do bem aos clientes privados e de 60% para 80% para os clientes públicos. As novas regras valem para empréstimos contratados dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) – no Paraná, com valor até R$ 650 mil – na modalidade de Sistema de Amortização Constante (SAC). Além disso, a partir dessa data, será possível financiar o segundo imóvel nas mesmas condições do primeiro.


Para os financiamentos dentro do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI)– no Paraná, para imóveis com valor acima de R$ 650 mil– o percentual do empréstimo passará de 40% para 60% para clientes privados e de 50% para 70% para clientes do setor público, para contratos no SAC. Para os imóveis usados nos setores privado e público, dentro do SFI e SFH, mas usando a Tabela Price, os percentuais para financiamento permanecem inalterados em 40%. No SAC, sistema mais utilizado no país, as parcelas do empréstimo são decrescentes ao longo do tempo. Já a Tabela Price tem parcelas fixas e a amortização do valor principal da dívida é crescente, mês a mês.

Para a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch, a medida deve impulsionar a venda dos imóveis usados em Curitiba. Atualmente, 95% da carteira da imobiliária é composta por esse tipo de habitação. “Os valores dessas habitações estão voltando para o preço de mercado e isso somado a essa melhora nas condições de contratação do financiamento habitacional por um banco que concentra quase 70% desse tipo de empréstimo, deve movimentar o mercado”, opina.

A empresária revela ainda o perfil do imóvel usado mais procurado pelos compradores curitibanos que estão saindo do aluguel ou da casa dos pais para a casa própria. São apartamentos, com área privativa média de 60 a 80 m², com um ou dois dormitórios, até uma vaga de garagem, próximos à região central e com preço de até R$ 350 mil. “Os itens prioritários para a escolha do imóvel variam conforme o estilo de vida, a necessidade e a capacidade financeira do comprador. Mas, de forma geral, tamanho, localização, composição da área de lazer e valor do condomínio influenciam muito, bem como a proximidade ao transporte público”, revela Augusta.

Quanto às novas regras para financiamento do segundo imóvel, a gerente da Senzala Imóveis diz que elas atendem a uma antiga reivindicação dos compradores. Nesse caso, ela destaca que a aquisição se dá especialmente por duas situações: um upgrade, ou seja, a compra de um imóvel maior ou mais bem localizado, ou para a compra do imóvel de lazer. “Normalmente quem quer fazer upgrade vende o imóvel atual para comprar um maior e usa esse dinheiro como parte do pagamento. Muitas vezes a compra do segundo imóvel também é para investimento”, relata Augusta.

No caso da compra do segundo imóvel para upgrade, ela diz que a maior procura é por casas e apartamentos, com área privativa mínima de 100 m², três dormitórios, duas vagas de garagem, preferencialmente próximo à região central. Já no caso da compra do imóvel de lazer, geralmente a opção é por casa no campo e apartamento na praia, com dois ou três quartos e duas vagas de garagem. “Nessa situação, localização, área de lazer e amplo espaço interno são itens prioritários para a compra”, descreve. Ela conta que, hoje, a maioria dos compradores que adquire um imóvel usado paga à vista ou financia um percentual entre 20% e 30% do valor total do bem.

Para Augusta, as novas regras para o financiamento habitacional devem inclusive alavancar as vendas dos imóveis novos. “Estes recursos vão ajudar o comprador a complementar a sua renda, permitindo que ele adquira o imóvel que deseja. Isso ajuda quem tem pouco dinheiro para dar de entrada”, explica. Na opinião da gerente, esse é um bom momento para a compra. “O preço das habitações usadas está baixando, o que torna o ambiente favorável para o comprador, especialmente no caso do primeiro imóvel”, argumenta.

Augusta Coutinho Loch .
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