Governo Federal Criará em 2011 Índice Nacional para Acompanhamento de Preços dos Imóveis


Algo que sempre me chamou a atenção foi a falta de regulação nos preços dos imóveis em nosso país ou no mínimo um acompanhamento sério por parte do Governo Federal. Em um setor que responde por 2,6 milhões de trabalhadores, recebe cerca de 76 bilhões de reais de financiamento por ano, tem demanda por habitação em torno de 6 milhões de unidades, entre outros números significativos, merecia um monitoramento.
Agora, atento ao aquecimento do  mercado imobiliário, o governo irá criar o INPI - Índice Nacional dos Preços de Imóveis, que será calculado pelo IBGE a partir de 2011.


Aliás, há uma grande dificuldade do próprio setor produtivo em trabalhar com indicadores que acompanhem os preços dos imóveis em todo o país. Existem inúmeras diferenças e falta um alinhamento do conceito metodológico. Há variações de acordo com localização e demanda, por exemplo, mesmo em dado bairro onde valores diferem conforme o produto imobiliário desenvolvido.
Apesar de um receio infundado de que ocorra algo similar ao acontecido nos Estados Unidos, que acabou desencadeando a maior crise mundial dos últimos 80 anos, o Governo Federal anunciou a criação do INPI. Independente dos motivos a proposta é interessante. Mas, é clara a diferença dos modelos de financiamento imobiliário em países como os Estados e o Brasil. Naquele país, o índice de crédito imobiliário é de 65 % e foram criados títulos lastreados em hipotecas imobiliárias que eram negociados no mercado. Aqui o crédito não chega a 4 % do PIB e os recursos em sua maioria são geridos pela CAIXA. E, no Brasil existem regras muito rígidas e prudenciais.

Mas, como a crise americana acabou impactando profundamente nas economias de outros países e a solução mundial tem sido a regulação, para monitorar a inflação de ativos e, como por exemplo os imóveis, o Brasil também terá que fazer alguns acompanhamentos.
Quanto aos indicadores de preços, no Paraná, os sindicatos patronais (SINDUSCONs, SINDIMOVEIS e SECOVI), além da ADEMI, acompanham  os valores dos imóveis e divulgam com frequência à sociedade.
Esperamos que o Governo dê conta desta demanda e de fato monitore os preços dos imóveis, com uma metodologia adequada. Ajudará muito os empreendedores na viabilização de empreendimentos cada vez mais adequados à vocação do terreno e perfil dos consumidores. E, por outro lado, dará a população melhores condições para entender o dinamismo do setor.