Construtores Mexicanos Tentam Sair da Recessão com Fundos Private Equity

Diferentemente do que em nosso país, no México há escassez de recursos para financiamento à construção habitacional. Mas, alguns fundos de “private equity” estão começando a oferecer empréstimos aos construtores. A ideia é atrair investidores estrangeiros à procura de retornos um pouco mais atrativos.


A crise pegou em cheio os mexicanos e houve uma grande retração da demanda habitacional naquele país, interrompendo vários projetos interessantes das incorporadoras, devido à falta de financiamento. O país encolheu 6,5% no ano passado e os consumidores de imóveis que ficaram desempregados, obviamente tiveram grandes dificuldades em pagar suas prestações.

Agora, alguns bancos e fundos começam aos poucos a olhar para o México, tais como a Alsisar Fundos de Miami que em parceria com a BBVA Bancomer, tem planos de investir 1,7 bilhão de dólares no setor habitacional mexicano.


Interessante que o México tem uma enorme carência por habitações, muito similar à brasileira. Mas, a falta de apoio do Governo e o mercado inquieto fizeram com que o volume de vendas de residências caísse cerca de 12% em 2010. Assim, o fluxo de financiamento recuou, com grande destaque negativo para a alta renda, cuja expectativa é de continuar em baixa por mais tempo. O foco do mercado será a habitação popular, para onde os fundos vão direcionar recursos.

As margens deverão melhorar para as empresas que oferecem o financiamento para os construtores do México. Preocupações financeiras também balançaram várias entidades não bancárias de hipotecas no México, provocando uma contração geral da disponibilidade de empréstimos à habitação.

Outra que tem interesse naquele país é a Infonavit, grande empresa de hipotecas norte-americana. Os investidores estrangeiros têm inundado os mercados de capitais americanos com dinheiro nos últimos meses em busca de renda e a Infonavit conhece muito bem as características deste mercado.

Vamos torcer que as coisas se ajustem por lá. Mas, estamos abertos a receber fundos para construções para o Brasil. Creio que para três ou quatro anos (no máximo) ainda teremos recursos públicos similares ao montante atual, mas depois teremos que buscar novas fontes de financiamento para viabilizar os projetos imobiliários.