O número de alvarás de conclusão para unidades residenciais em Curitiba atingiu o menor volume dos últimos seis anos. Os dados da pesquisa mensal da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), em parceria com a BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, revelam que de janeiro a março desse ano, o Habite-se, certificado de conclusão de obras, foi emitido para 2.246 imóveis na capital, menor número desde 2010, quando contemplaram 1.874 edificações para o período. O pico de emissões de alvarás de conclusão na cidade no primeiro trimestre aconteceu em 2013, quando 4.118 unidades foram licenciadas. O estudo é o mais completo do setor de incorporação imobiliária para Curitiba e região.
Analisando apenas os apartamentos residenciais novos em Curitiba, no ano passado foi entregue o menor volume de unidades novas dos últimos cinco anos. Em 2015, foram repassadas 7.634 habitações aos compradores, contra 7.924 unidades entregues em 2010. Acompanhando a curva de redução dos alvarás de conclusão, o pico de entregas foi em 2013, quando 13.633 apartamentos residenciais foram transferidos aos adquirentes.
A presidente da Ademi/PR, Aline Perussolo Soares, comenta que essa diminuição, aliada à redução do número de unidades lançadas e ao recuo do estoque pelo quarto mês consecutivo, evidenciam que o setor está encerrando o seu ciclo de ajuste em Curitiba, com equalização da oferta e da demanda. “A conjunção dessas variáveis indica que, mantendo-se essas condições, é possível que haja uma drástica redução da oferta de imóveis novos na cidade em breve. Ainda, sinaliza que os novos empreendimentos virão com preços maiores do que os atuais e quem esperar poderá pagar mais pelo mesmo imóvel. Por isso, a hora de comprar é agora”, avalia.
A pesquisa da entidade de classe revela ainda que o volume de alvarás para construção residencial emitidos no primeiro trimestre desse ano alcançou o menor patamar desde 2008. À época, 3.710 unidades foram licenciadas em Curitiba. No ano passado, foram apenas 2.052 edificações. Até o momento, todos os lançamentos foram de empreendimentos com menos de 100 unidades. Já em relação ao estoque, o estudo mostrou que em março desse ano havia 9.087 unidades disponíveis para a venda, montante 18,7% menor do que em março de 2015, quando existiam 11.189 apartamentos novos em estoque na cidade. “Acreditamos que até o fim desse ano, a questão do estoque estará equacionada na cidade”, prevê Aline.
Estoque - Considerando os últimos 12 meses, em termos percentuais e nominais, a redução de estoque mais significativa foi para os apartamentos econômicos (com preço de R$ 170.001,00 a R$ 250 mil) e standard (com preço de R$ 250.001,00 a R$ 400 mil). No primeiro, a queda foi de 78,7% das unidades disponíveis, passando de 1.943 apartamentos novos em março de 2015 para 413 em março desse ano. No segundo, a diminuição do estoque foi de 33,5%, passando de 3.329 para 2.211 habitações.
“Analisando esses dados, fica clara a importância do crédito imobiliário para a aquisição do imóvel, assim como das campanhas de benefícios oferecidas pelas construtoras e incorporadores para os imóveis prontos. Com o aumento da inflação e da taxa de juros para os empréstimos habitacionais, a opção da maior parte dos compradores foi para habitações que, atualmente, melhor se encaixam na capacidade financeira da classe média, maior fatia do público comprador, e nas linhas disponíveis pelos bancos”, avalia o diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi/PR, Fábio Tadeu Araújo.
A retração do estoque foi um reflexo do desempenho nas vendas de imóveis novos que, entre residenciais e comerciais, teve alta de aproximadamente 5% no primeiro trimestre desse ano na capital paranaense, em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 1.291 unidades comercializada. O Volume Geral de Vendas (VGV), faturamento obtido com a venda de todos os imóveis comerciais e residenciais no período, teve alta de 17%, contabilizando um montante de R$ 663,2 milhões. Apenas no segmento residencial, a venda de apartamentos teve alta de 21% no primeiro trimestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 1.183 unidades. Já quanto ao VGV, o crescimento na comparação entre os períodos foi de 30%, contabilizando R$ 623,3 milhões em 2016.
Preço – Tomando como base os últimos 12 meses, e tendo março como mês de referência, o preço médio do metro quadrado privativo para os apartamentos residenciais novo em Curitiba foi reajustado em 5%, a R$ 6.545,00. O melhor desempenho no período foi para os imóveis com quatro dormitórios que foram corrigidos em 17,4%, com preço médio do metro quadrado privativo a R$ 10.063,00. No acumulado do ano, os imóveis novos na capital têm variação de 0,8%.
Na análise por bairro e para o respectivo mês, o Batel continua a deter o maior valor do metro quadrado privativo para todas as tipologias, com metro quadrado privativo a R$ 10.548,00 para os apartamentos de um dormitório; de R$ 11.991,00 para os de dois dormitórios; de R$ 8.589 para os de três dormitórios e de R$ 12.326 para os de quatro dormitórios.
A pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e da BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, em março de 2016, contou com uma amostra de 372 empreendimentos e 9.087 apartamentos residenciais novos (na planta, em construção ou concluídos) à venda por construtoras, incorporadoras e imobiliárias, em Curitiba, coletados diretamente junto às empresas do setor.
Fonte: contato@memilia.com