Após a crise global de 2008, vários especialistas estão acompanhando um eventual surgimento de bolhas em todo o mundo. Nos últimos dias notícias sobre uma possível crise na China ganhou destaque nos principais meios de comunicação. Reflexo dos impactos da inserção de crédito do governo na economia e também da alegação de algumas fraudes contábeis em negócios que utilizam fusão reversa, principalmente em negociações nos Estados Unidos.
O alerta é para o fato que o fantasma das dívidas começam a assombrar a economia chinesa, sendo muito parecidas com as do início da crise de crédito que houve no ocidente em 2008. Preocupante! Em julho do ano passado tratei do aumento especulativo de preços dos imóveis na China e de uma possível bolha. Com o deslocamento das pessoas da zona rural para os centros urbanos, acabou havendo uma grande demanda por habitações. Entretanto, os preços dos imóveis aumentaram exponencialmente e esta faixa de população não tem renda suficiente para adquirir estas propriedades, mesmo com a evolução da renda.
Agora, uma pesquisa recente feita pelos economistas Christian Dreger e Yanqun Zhang, em 35 cidades chinesas, encontrou evidências da existência de uma bolha imobiliária. Em geral, há supervalorização de 20% no preço dos imóveis, mas em algumas cidades estes números são muitos maiores. Para muitos, a economia chinesa tem sido estimulada por uma bolha no mercado imobiliário, provavelmente impulsionada pelo pacote de estímulo fiscal e expansão maciça de crédito desde 2008 e do estoque de empréstimos que aumentou em mais de 50% desde o referido ano.
Yanqun Zhang |
Christian Dreger |
O governo chinês elevou os empréstimos, sendo que 33% destes são hipotecários. O perigo está na eventual falta de análise de riscos por parte dos bancos. Ainda, alguns investidores imobiliários estão segurando suas unidades (para venda) na expectativa de um aumento ainda maior nos preços para obviamente obterem maiores lucros.
Para os citados pesquisadores existem evidências de que há uma bolha imobiliária na China. Entre outros pontos, eles citam que a evolução dos preços de imóveis em Xangai chegaram a 28% (em 2008) e 25% (em 2009). Em Shenzhen, foi de 66% (em 2009). Vejam o gráfico abaixo.
Tamanho da bolha expresso em% do valor fundamental implícito na relação de cointegração |
A habitação representa 10 % do PIB chinês e impacta diretamente no crescimento da economia do país. Tanto segurar este setor como evitar o estouro de uma bolha repercutirão negativamente, em maior ou menor grau.
O fato é que o governo chinês que estimulou maciçamente os empréstimos bancários durante boa parte deste período agora tenta frear em vários níveis. Será que não é tarde demais? Que tipos de impactos teremos? Estão são algumas dúvidas que ainda persistem.
2 Comentários
É inflação, antes milhoes nao tinham dinheiro pq nao tinham nem oq fazer, agora ta mudando.
ResponderExcluirE vai aumentar bastante, visto que ainda tem muita mao-de-obra. A maioria da populacao ainda é rural.
A população chinesa de fato tem aumentado sua renda. Mas, há um descompasso entre a capacidade de compra da população e os preços praticados. Vi recentemente em um programa de TV de canal aberto o estoque de empreendimentos em algumas regiões da China.
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