A reportagem de capa da Revista Exame desta semana (edição número 971) trouxe como temática Imóveis: A Terceira Maior Alta do Mundo. Reflexo do impacto da construção civil na economia do nosso país, pois, foram consolidados os bons resultados de ações sistêmicas planejadas e implantadas no Brasil nos anos anteriores e que refletem a maturidade das decisões de política econômica. Estas, reduziram a vulnerabilidade macroeconômica e permitiram que em um ambiente de maior previsibilidade, os agentes voltassem a atuar, vislumbrando horizontes de prazos mais longos.
As projeções sinalizam que a economia brasileira deverá crescer mais de 7 % este ano. A construção deve ser crescer mais de 8 %, talvez chegue a 10 %. Um crescimento vigoroso e sustentável. O setor da construção, que tem seus projetos essencialmente no país demandados pelo alto índice de déficit habitacional e pela própria necessidade de infraestrutura, será impactado na proporção que se fizer sentir a capacidade de realização dos investimentos dos consumidores finais, principlamente das chamadas classes C, D e E.
A estabilidade econômica, a melhoria da renda e das oportunidades de emprego e a decisão do governo de priorizar investimentos em infra-estrutura fizeram dos últimos anos um verdadeiro ciclo de crescimento da construção civil. O setor tem papel fundamental para consolidar a sustentabilidade do crescimento da economia brasileira, pois em um cenário externo adverso, intensifica o fortalecimento do mercado interno, eleva os níveis de investimento, eleva a geração de postos de trabalho e renda, e elimina gargalos sociais e econômicos.
Um conjunto de fatores permitem explicar este crescimento: a melhora do ambiente de negócios, estabilidade econômica, elevação da massa real de salários e do emprego formal. Soma-se a estes fatores a decisão de priorizar investimentos em infra-estrutura através do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, que serve de instrumento mobilizador dos agentes econômicos e indutor de expectativas importantes para o setor privado, ao garantir que projetos estruturantes com recursos fiscais livres de contingenciamento, portanto, fundamental para a manutenção dos atuais níveis de crescimento.
Ao longo dos últimos anos foi adotada uma série de medidas voltadas para a melhoria da segurança jurídica no âmbito dos negócios imobiliários, das garantias, da perenidade e aumento dos recursos e, por fim, da previsibilidade das principais variáveis que afetam a decisão de investimento e consumo dos produtos da construção. Certamente, o processo de aperfeiçoamento legal ainda está em curso, pois, persistem problemas de ordem ambiental e fundiária, para citar dois exemplos.
As expectativas sinalizam para anos com números ainda mais expressivos. Deve-se lembrar que no mercado imobiliário, o funding é todo nacional o que torna os recursos disponíveis. A inadimplência específica para o crédito imobiliário é de apenas 1,5 %. Além disto o setor dispõe de regras próprias e eficientes.
Os juros independem de mercado, são tabelados através da sua regulamentação específica. A construção não desequilibra nem a balança comercial nem a de serviços, haja vista a quase totalidade de utilização de insumos nacionais. Devido à sua importância estratégica do ponto de vista socioeconômico, em função ao seu amplo efeito multiplicador, sedimentado pela sua vasta cadeia produtiva, e ação de seus produtos típicos (habitação, saneamento básico e infra-estrutura), a construção brasileira não pode prescindir de taxas positivas de crescimento, uma vez que ela impulsiona todo o desenvolvimento da economia.
Hoje, vale a pena investir no setor da construção. Imóveis valorizaram em média 22% no último ano. Aliás, é a terceira maior alta do mundo (atrás de China e Singapura). Esta combinação entre demografia extremamente favorável, crescimento e crédito explica este aumento da demanda. Não há setor mais importante que o da construção civil.: pujante e alavancador de outros negócios. Seu poder de encadeamento é impressionante. E, ainda há espaço para crescer. O Brasil é um país continental e os investimentos em habitação chegam a apenas 3 % do PIB, muito aquém dos países desenvolvidos.