Trabalhadores da Construção Devem Saber Fazer, Mas Também Saber Pensar

Se buscarmos na história geral constataremos inúmeros fatos relevantes que indicam mudanças nos hábitos e métodos de trabalho daqueles que atuam na execução dos serviços ligados à construção civil. Desde as construções rústicas do período neolítico (primórdios da humanidade, quando as sociedades construíam para si próprias), até os modelos flexíveis da atualidade, cujas edificações passarem a ter também o foco em negócios e acumulação de riquezas, observamos que o construtor vem enfrentando as constantes mudanças de paradigmas do sistema de produção, devido principalmente ao progresso tecnológico.
São materiais e sistemas inovadores, modelos de gestão, ferramentas cada vez mais “inteligentes” e necessidades ligadas ao bem estar dos cidadãos. Isto exige dos trabalhadores maior qualificação intelectual e técnica para realizar seus trabalhos com ainda mais eficiência e eficácia.

Entretanto, o que verificamos na prática hoje é a falta de alguns saberes científicos nos trabalhadores da construção. Grande parte ainda não possui escolaridade e qualificação básicas, que impactam diretamente na produtividade reduzida. Claro que saberes não pautados na ciência também tem valor, pois, estes “aprendem na sua prática social técnicas eficazes para o seu trabalho e para sua vida cotidiana”. 



Mas, a criação de espaços de aprendizagem nos canteiros-de-obra, pelas próprias construtoras em parceria com o Governo e fornecedores de materiais, para a geração e disseminação de conhecimentos, podem explorar as trocas de experiências com o intuito de resolver problemas, conhecer os processos de forma sistêmica e principalmente construir cidadãos continuamente. 

Essas relações mais amplas entre empresários e trabalhadores contribuem para a construção de novos cenários que influem na melhoria das relações entre o setor da construção com a sociedade. Mas, o simples repasse de técnicas não é suficiente, bem como a capacitação através de "educadores desqualificados". 

É preciso ter programas de qualificação consistentes e compatíveis com as mudanças drásticas nos nossos canteiros-de-obras. Ter um contingente de trabalhadores não-qualificados e mais uma série de sub-empreiteiros despreparados não auxilia no projeto de construção do país que queremos e precisamos.

É importante que os operários saibam fazer (necessidade de hoje), mas saber pensar é essencial (necessidade de amanhã). 

Obrigado pela leitura!