Estoque de imóveis novos em Curitiba atinge o menor patamar dos últimos três anos



Em dezembro de 2015, havia 10.266 apartamentos disponíveis para a venda na capital paranaense, menor volume desde fevereiro de 2012

O mercado de lançamentos imobiliários de Curitiba registrou, em dezembro do ano passado, o menor estoque de apartamentos residenciais novos dos últimos três anos. Os dados da pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), realizada em parceria com a BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa, revelam que o número de imóveis novos disponíveis para a venda na cidade em dezembro do ano passado ficou em 10.266 unidades, melhor desempenho desde fevereiro de 2012, quando o estoque era de 10.164 unidades. Na comparação com dezembro de 2014, a redução do estoque foi de 5,4%, ou seja, 584 unidades.

“Os números evidenciam que o ano passado foi de ajuste para o setor de lançamentos imobiliários em Curitiba. As empresas direcionaram seus esforços para a venda de unidades prontas para morar, oferecendo facilidades de aquisição para empreendimentos e unidades específicas, gerando boas oportunidades para os clientes. Com a diminuição das unidades em estoque, a tendência é de que essas ações de incentivo fiquem cada vez mais raras. Nossa estimativa para esse ano é manter uma disponibilidade inferior a 25% em relação à oferta, um bom número para o setor”, analisa a presidente da Ademi/PR, Aline Perussolo Soares.

Nos últimos 12 meses, a redução de estoque mais significativa foi para os apartamentos de padrão standard (com preço de R$ 250 mil a R$ 400 mil), que tiveram um recuo de 27% na quantidade de imóveis disponíveis para a venda, com 2.452 unidades. O estoque de apartamentos de padrão econômico (com preço de R$ 170 mil a R$ 250 mil) teve uma redução de 21% e os studios, lofts e apartamentos de um dormitório tiveram um recuo de 14% na quantidade de imóveis à venda, com 1.509 e 2.132 unidades, respectivamente.

“A diminuição do estoque se deu justamente nos padrões que concentram a maior oferta de unidades na cidade, o que é fundamental para a equalização da proporção entre oferta e demanda. E foram justamente os empreendimentos imobiliários nessas categorias que foram alvo das ações promocionais das construtoras e incorporadoras”, comenta o diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi/PR, Fábio Tadeu Araújo.

O economista lembra ainda que parte dessa estabilização mercadológica se deve à menor quantidade de unidades novas colocadas no mercado: em dezembro de 2015, o volume de apartamentos ofertados foi 4% menor do que no mesmo mês de 2014, passando de um acumulado de 36.735 para 35.233 unidades. Ao mesmo tempo, o número de edifícios ofertados passou de 347 para 376 empreendimentos.

“Essa redução da oferta é positiva para o mercado e um dos motivos que proporciona a retração do estoque à medida em que as vendas vão acontecendo. A queda no montante de apartamentos entregues no período, que passou de 8,6 mil unidades em 2014 para 5,7 mil unidades no ano passado, também contribui para esse cenário. Além disso, percebe-se claramente uma mudança no padrão dos lançamentos da cidade, que tendem a ser de nicho e com menos unidades”, destaca Araújo.

Preços - Mesmo ante uma inflação oficial elevada - que fechou o ano em 10,67%, maior taxa desde 2002 – o preço dos imóveis novos foi corrigido em 5% nos últimos 12 meses, com valor médio do metro quadrado para os apartamentos residenciais novos em Curitiba a R$ 6.495,00. O destaque foi para os apartamentos de quatro dormitórios que valorizaram acima da inflação, a um índice de 15,1%, com média do metro quadrado privativo de R$ 9.866,00.

“A maior valorização dos apartamentos de quatro dormitórios está diretamente relacionada ao aumento no número de edifícios superluxo na cidade, com preço acima de R$ 2 milhões, que praticamente dobraram em Curitiba, passando de 12 empreendimentos em 2014 para 22 empreendimentos no ano passado. Esse é um padrão que sofre menos o efeito das variações econômicas e financeiras no país, pois, seu púbico comprador é menos dependente do financiamento habitacional”, explica Araújo.

Para a presidente da Ademi/PR, Aline Perussolo Soares, o cenário é de oportunidades para o comprador que pode encontrar tanto em condições especiais de imóveis prontos para morar, quanto opções facilitadas de pagamento para a compra do imóvel na planta, ofertados principalmente pelas empresas locais. “Esse é um momento que oferece oportunidades para o comprador adquirir o imóvel na localização e configuração que deseja, dentro do seu orçamento, ante a uma multiplicidade de oferta. Quem esperar tende a pagar mais pelo mesmo imóvel”, argumenta.

Bairros - Quanto aos bairros, tomando como base o valor dos imóveis novos disponíveis para a venda em Curitiba, em dezembro de 2015, o Batel continua a deter o maior valor do metro quadrado privativo para studios, lofts e apartamentos de um dormitório, na média de R$ 10.477,00. O bairro também tem o maior valor do metro quadrado privativo para os apartamentos residenciais novos de dois e três dormitórios, com média de R$ 11.991,00 e de R$ 8.548,00. O Batel também retomou a liderança no ranking de preços para os apartamentos de quatro dormitórios, posição antes ocupada pelo Campina do Siqueira, com média do metro quadrado privativo a R$ 11.998,00.

A pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) e da BRAIN Bureau de Inteligência Corporativa para o período contou com uma amostra de 376 empreendimentos e 10.266 apartamentos residenciais novos (na planta, em construção ou concluídos) à venda por construtoras, incorporadoras e imobiliárias, em Curitiba.

Fonte: contato@memilia.com