Mercado abre brecha para lançamentos imobiliários e venda na planta volta à cena (Curitiba)

Fachada Bonnevie - Portão. Crédito: divulgação
Depois de um período em que as construtoras e incorporadoras de Curitiba voltaram-se para a venda de apartamentos prontos para morar – o que fez o estoque de imóveis novos cair para 10.266 unidades em dezembro do ano passado, menor índice desde 2013, segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) – o setor imobiliário começa esse ano apostando em lançamentos de empreendimentos de nicho, voltados para o morador final. 

Para o diretor de incorporações da Swell Construções, Leonardo Pissetti, o setor prepara-se para um novo ciclo de lançamentos voltados a um perfil de público bastante definido. “Apesar do atual momento econômico, as pessoas continuam casando, tendo filhos, e precisam de um imóvel para comportar essa nova configuração de família. Por isso, o foco hoje é o morador final e não os especuladores que compravam três ou quatro imóveis com a finalidade de vender antes da entrega para reter o dinheiro da valorização patrimonial durante o período de obras. Isso não existe mais”, comenta. 

Seguindo essa tendência, a incorporadora curitibana acaba de lançar o BonneVie Home & Living, condomínio de apartamentos em rua sem saída no Portão, em Curitiba. O empreendimento, voltado para um público familiar, terá torre única com 43 apartamentos de dois e três dormitórios, com área privativa entre 73 e 87 m², além de apartamento Garden (com jardim privativo) de 87 m² e coberturas com 114 e 126 m². As obras estão em andamento e a entrega está prevista para o primeiro trimestre de 2018.

Esse movimento de transição torna a percepção e conhecimento da empresa pelo cliente um item importante para o fechamento do negócio, na opinião do diretor comercial da Swell Construções, Rodolfo Pfeffer Neto. “No caso dos lançamentos, vende-se o futuro. O cliente precisa acreditar no projeto e confiar na construtora, ter a garantia de que o imóvel será entregue dentro do prazo e como consta no memorial descritivo. A credibilidade está diretamente relacionada ao sucesso nas vendas”, comenta.

Vantagens - A compra de um imóvel na planta apresenta algumas vantagens, já que se trata de uma compra programada. Uma delas é a valorização patrimonial ao longo do período de obra que, historicamente, pode variar entre 20% e 30%. Pissetti lembra que a transação permite flexibilidade no pagamento, já que ele é dividido em duas etapas. Uma delas, chamada de poupança, consiste no pagamento parcelado de um percentual do valor total do imóvel durante o período de construção, que dura em média 30 meses, para a construtora. 

Quando emitido o Habite-se, que atesta a entrega do imóvel, o comprador financia o saldo restante diretamente com o banco. “O percentual a ser financiado, prazos, valor das prestações e taxa de juros varia conforme a condição de cada banco. Assim, o comprador não se descapitaliza e ainda acumula a valorização do imóvel ao longo do tempo. Vale lembrar que para ambas as etapas é aplicado um índice de reajuste que deve ser de ciência do comprador”, explica o diretor de incorporações.

Outro benefício da compra de um imóvel na planta é a oportunidade de escolher o andar e o posicionamento do imóvel na edificação. Neto lembra que quanto mais alto o andar que o imóvel se encontra, melhor ele será avaliado numa futura venda. “A exceção é para as coberturas e apartamentos Garden, com terraço privativo, que têm área maior”, ressalta. 

O mesmo vale para a face de insolação: os apartamentos com face norte, em que o sol bate o ano todo, são mais valorizados. Os imóveis com face oeste, com incidência do sol pela tarde, também são muito procurados. “Mas nada impede que o cliente escolha um imóvel com face sul, com menos insolação, mas com uma vista privilegiada. O certo é que fica mais difícil ter essa variedade de opções à medida em que a obra evolui”, lembra o diretor comercial da Swell Construções.

Pissetti lembra ainda que é mais fácil personalizar o imóvel quando ele está em fase de construção. “Algumas construtoras e incorporadoras já oferecem pacotes de personalização. Mas se o comprador quiser fazer alguma alteração particular, desde que com aprovação do engenheiro da construtora para garantia de que ela não trará riscos para a estrutura do edifício, é possível fazê-la antes de a obra chegar na fase de fechamento e acabamento”, argumenta.

Cuidados - Mesmo com todas as vantagens, é importante o comprador tomar alguns cuidados na compra do imóvel na planta para evitar problemas no futuro. “Algumas recomendações básicas para o comprador é verificar o histórico da empresa e certificações, visitar algumas obras por ela já construídas para analisar o padrão de acabamento, conhecer a forma de financiamento do empreendimento e analisar cuidadosamente o memorial descritivo quanto ao uso de materiais e fornecedores. Esses itens oferecem informações preciosas sobre a solidez da empresa e do empreendimento imobiliário, dando segurança ao comprador”, observa.

7 passos para compra segura de imóvel na planta

1. Exija o memorial descritivo: com ele em mãos, você vai saber tudo sobre os itens reais de entrega.

2. Desconto não é tudo: compare e veja quem oferece mais benefícios de médio e longo prazo.

3. Olho na marca: prefira fazer negócio com empresas que têm seus empreendimentos entregues dentro do prazo.

4. A construtora tem que ser de confiança: escolha uma empresa com tradição, solidez e reconhecimento pelas obras que faz.

5. Atenção à localização: o melhor investimento é em imóveis bem localizados e em área valorizadas na cidade.

6. Empresa certificada é melhor de fazer negócio: certificação é garantia de qualidade e procedimentos bem definidos.

7. Verifique o histórico da empresa no mercado: pesquise os órgãos de proteção ao consumidor e certifique-se de que a empresa não tem histórico de reclamações.