Recentemente postei sobre o crescimento sustentável e planejado do mercado imobiliário brasileiro. Existe demanda e crédito, as empresas são preparadas e há consumidores atentos as variações de mercado. Sobre os vários desafios do segmento também temos discutido aqui no blog. Entretanto, na China a valorização dos imóveis chegou a 30 % nos últimos 12 meses e há certa preocupação com uma possível bolha. Determinar se o país vive bolha se tornou tema um tema relevante para discussão. Alguns economistas dizem que o boom está sendo alimentado por urbanização. Outros alertam que os preços vêm sendo empurrados por incorporadores gananciosos e políticas governamentais que tornam os imóveis menos acessíveis à massa migrante. Ressalto que existem diferenças com o que está acontecendo no Brasil atualmente e o que ocorreu nos Estados Unidos em 2009.
Falando especificamente sobre o nosso país, há segurança jurídica, técnica e financeira. Os eventuais especuladores e aventureiros são poucos e estão sendo monitorados pelas instituições empresariais e de defesa do consumidor. Quanto a China, é uma incógnita. Mas, é previsível alguns impactos sobre o segmento construtivo naquele país. É difícil de avaliar as consequências de uma crise setorial naquele país, mas não deve ter o mesmo impacto que nos Estados Unidos e é pouco provável um revés na economia como um todo.
A China pode estar no meio de um aumento especulativo dos preços dos imóveis que ao meu ver não pode ser sustentado. Com os preços subindo em um ritmo acelerado, os incorporadores e investidores chineses apostam e arriscam cada vez mais. Com esta crescente oferta, os bancos inundaram o mercado com dinheiro de hipoteca, empréstimos para construção, inclusive para comporadores com renda insuficiente e sem verificação de crédito.
Vocês podem se perguntar: mas, não é o que ocorreu nos Estados Unidos? Até certo ponto sim, mas na China é um processo "top-down", impactando principalmente as famílias de alta renda. Foram criados luxuosos apartamentos e casas a preços muito elevados. Ao mesmo tempo o país está enfrentando uma extrema escassez de habitação a preços inacessíveis para famílias de classe média chinesa. Mas, esta é outra discussão.
Vi no New York Times que alguns apartamentos foram vendidos por US$ 25 mil o m2 em Pequim. Um apartamento de luxo médio em Manhattan valia cerca de US$ 21 mil o m2 no fim de 2009. Assim, vale a pena uma atenção especial para o que está ocorrendo no mercado de construção chinês, um gigante.
Por aqui, continuamos no rumo certo. Com os pés no chão e as "mãos na massa!"