Neste mês de agosto de 2021, o Imobi Report trouxe uma matéria exclusiva sobre vendas no mercado de construção modular. Confira um pouco da matéria abaixo:
Trazer mais tecnologia e inovação para o setor da construção civil não é uma demanda nova do mercado. Os modelos de construção modular, com tecnologia embarcada, também não são novidade, pelo contrário. Segundo levantamento da Research & Markets, a previsão é que o mercado global de construção modular deverá alcançar um valor de 157 bilhões de dólares até 2023. Aqui no Brasil, podemos observar startups e empresas crescendo em larga escala, e até incorporadoras tradicionais investindo no mercado de construção offsite.
“Ninguém está inventando a roda ao tratar sobre construção modular para o Brasil. Nós estamos acordando para processos já existentes e bem sucedidos no exterior e aplicando-os no nosso mercado”, analisa Rafael Severo, sócio-fundador da Form, incorporadora do Rio Grande do Sul que atua com steel frame.
Edvaldo Corrêa, Gerente de Novos Negócios – B2B da Tecverde, que atua com wood frame para empreendimentos em todo o Brasil, concorda. “Europa, Ásia, até mesmo América do Norte são regiões que já estão bem avançadas no uso de construção modular. O que podemos perceber é que onde tem muita demanda por imóveis e/ou falta de mão de obra qualificada, a industrialização surge como ótima solução”, afirma.
Por que a construção modular esta tão aquecida?
O primeiro fator que faz a construção modular estar em alta é a busca por produtividade. “Muitos setores já avançaram em produtividade com uso de tecnologia, como a indústria metalmecânica, automotiva e até o agronegócio. E a construção civil foi ficando para trás. O mercado mudou, está exigindo um nível de inovação, tecnologia e de modelagem de negócios diferente e a industrialização é ótima para isso. Com o nosso déficit habitacional, temos um desafio muito grande no setor, que tem que se mobilizar e buscar alternativas”, aponta Edvaldo.
Com tecnologia embarcada, a construção modular resolve duas dores seculares da construção civil: o fato de não conseguir prever com exatidão os prazos de entrega e não ter capacidade de prever os orçamentos com tantos detalhes.
“Quando você planeja uma obra offsite, você calcula por partes: tantas placas, paredes etc. Tudo isso vem numerado, pronto, medido. Aquela quebra que se tem em uma compra tradicional, da areia que fica exposta ao tempo, do cimento que seca por causa do sol, você não tem, uma vez que toda a estrutura é construída em um ambiente controlado e depois só é montada”, detalha Rafael.
“Hoje, estamos percebendo essa evolução de custos de materiais de construção e mão de obra. No ambiente industrial, há um domínio muito maior de custos, evitando que você chegue na entrega das chaves com surpresas no orçamento. Além de conseguir calcular milimetricamente o uso de materiais, conseguimos negociar nossa matéria prima com nossos fornecedores de maneira estratégica”, afirma o Edvaldo.
Além disso, os módulos passam por um projeto de engenharia muito bem elaborado em BIM. A soma de um bom projeto com o ambiente fabril entrega um alto controle de qualidade. “O nível de tecnologia utilizado dentro desses prédios gera grande prevenção de patologias futuras. Como todo projeto é feito em BIM, mesmo depois de entregue, é possível identificar facilmente, por exemplo, onde passam canos e elétrica, prevendo uma intervenção suave no caso de reformas”, aponta Paulo.
Outro diferencial importantíssimo da construção modular é a velocidade na entrega. “Numa obra de alvenaria, o incorporador leva pelo menos dois anos. Conosco, menos da metade deste tempo. Ao longo destes dois anos, o recurso vai corroendo e poderia estar sendo investido em outra oportunidade de negócio”, analisa Edvaldo.
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