Janelas em Edificações

As janelas em uma edificação possuem a função de integrar o interior com o exterior, controlar trocas térmicas, passagem de luz, de aeração e de ruídos. Suas dimensões, tipos de aberturas, características físicas dos materiais, dispositivos de sombreamento e as suas orientações na edificação são determinantes para um bom conforto térmico e luminoso dos ambientes, assim como para maximizar o consumo energético da edificação.

No Brasil, a maioria das edificações não possuem grande preocupação com os princípios bioclimáticos e são dependentes de recursos ativos de resfriamento e iluminação. Janelas inadequadas podem ser responsáveis pelo excesso de entrada de raios solares e consequente desconforto térmico e lumínico do ambiente. Como não existe uma estrutura normativa básica referente à eficiência energética e conforto das edificações, as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são os atuais instrumentos que podem ser utilizados pelo setor.

O uso das janelas em obras muitas vezes não tem a atenção necessária por parte das construtoras. Em épocas de baixa temperatura e pouca luminosidade é que verificamos ("sentimos na pele") quando um projeto é mal elaborado. A seguir exponho alguns itens que merecem atenção: 


         1. Selecionar molduras e vidros que contribuam para o desempenho térmico

As janelas estão entre os componentes de construção mais complexos em uma edificação. E, além da contribuição arquitetônica, elas trazem consequências energéticas de longo alcance. A quantidade, área total, e orientação solar podem aumentar ou quebrar a eficiência energética de umaedificação.

Os caixilhos, além de sustentar as janelas e deixá-las abrir, são uma parte importante do desempenho térmico global e na manutenção. Alguns tipos de materiais: madeira, PVC, fibra de vidro, vinil, alumínio e substratos de alumínio revestido.


          2. Cuidados com os Materiais

Madeira - exige manutenção periódica
  • até a II Guerra Mundial, quase todas as janelas residenciais eram feitas de madeira e possuiam tratamento contra a deterioração. O cerne das árvores era a matéria-prima principal. Duravam décadas, se devidamente tratadas e pintadas periodicamente. Em residências, a opção pela madeira exigirá investimentos em manutenção regular que inclui raspagem e pintura.
  • Outros materiais: nas últimas décadas, os fabricantes começaram a usar janelas com materiais mais resistentes à deterioração, tais como alumínio, vinil, fibra de vidro ou combinações destes materiais.

Fibra de vidro e alumínio tendem a ser opções mais duradouras. Do ponto de vista da energia, fibra de vidro é uma opção ao alumínio. O alumínio é um excelente condutor e obviamente não isola. Lembre-se: ter uma janela revestida de alumínio não significa que a janela tem quadros de alumínio. Na maioria dos casos, as janelas de alumínio revestidas são feitas de madeira.


          3. Vidro
Sozinho é um péssimo isolante. O ideal é que seja pelo menos duplo. Em climas com temperaturas baixas o ideal é que seja triplo. É preciso atentar também para os ruídos em alguns locais.

Vários fabricantes vendem películas que podem ser aplicadas nas janelas. O  principal objetivo é reduzir o calor solar. São usados principalmente em áreas mais quentes, onde o ar condicionado eleva os custos com energia. Mas, a vida útil é de no máximo 5 anos. Esta é uma opção para edificações em reforma. Obras novas, projeto novo. E, que inclua boas janelas.

Temos muito que avançar no Brasil com relação a normas e especificações. Bons exemplos vem do Canadá e alguns países da Europa. A maioria das edificações no Brasil desperdiça considerável parcela de energia, devido à não adoção de conceitos sustentáveis. Mas, já observamos avanços em várias obras pelo país. Parabéns aquelas que também pensam  no presente e no futuro.